boletim 13 | mar/2021
boletim 13 | mar/2021
Depois de um longo período de trabalho, conseguimos concluir o RENASOL 01 – Recomendação Normativa para Projeto, Fornecimento e Instalação de Sistemas de Aquecimento Solar. O material ficou bastante completo e deverá servir para alinhar as informações necessárias para promover melhores práticas de mercado na instalação de sistemas de aquecimento solar de água.
Para divulgar o resultado desse trabalho, realizamos um Webinar que contou com a participação dos principais nomes do mercado de aquecimento solar, cada qual com suas contribuições, mostrando que o conteúdo abordado atende às demandas do nosso mercado.
Por falar em demandas, temos aproximado cada vez mais a Associação do Inmetro. Nesta edição trouxemos uma entrevista com o Analista Executivo da Diretoria de Avaliação e Conformidade do Inmetro (Deconf), Pedro Henrique Pereira Costa, que explicou o processo de revisão das Portarias 301 e 352.
Outro assunto importante é a divulgação dos cursos de gestão financeira do CERTIFICASOL. Como esperado, o curso está tendo uma aceitação muito positiva pelo mercado. Uma única empresa adquiriu 50 pacotes, outras empresas estão distribuindo de presente para as revendas, ou seja, o curso realmente veio de encontro às expectativas do nosso mercado.
Finalizando esta edição, uma conversa com o vice-presidente de Desenvolvimento Associativo, José Lourenço Cassuci, que falou sobre a importância da participação das empresas na ABRASOL, como forma de fortalecer o setor e buscar maior participação nas políticas públicas que visam a utilização de energias renováveis.
Temos bons motivos para comemorar e para mais uma vez convidar você que ainda não faz parte da Associação para vir conhecer um pouco do nosso trabalho.
Vamos em Frente!
Oscar de Mattos
Presidente
No dia 12 de março, foi publicada no Diário Oficial da União a Portaria Inmetro nº 1/2021, disponibilizando a proposta de revisão da regulamentação técnica de equipamentos para aquecimento solar de água, estabelecida pelas Portarias Inmetro nº301/2012 e nº352/2012 (que são, respectivamente, as portarias do Regulamento Técnico da Qualidade - RTQ, que define os requisitos técnicos para os produtos, e dos Requisitos de Avaliação da Conformidade - RAC, que definem os requisitos da certificação).
A presente proposta de revisão foi baseada em pleitos encaminhados por laboratórios de ensaios, organismos de certificação e pelo mercado representado pela ABRASOL, tendo colhido subsídios em consulta prévia às partes interessadas realizada em janeiro de 2021.
Pedro Costa, analista executivo da Diretoria de Avaliação e Conformidade do Inmetro (Dconf), esclarece que a proposta de revisão traz importantes ajustes nos textos do RAC e RTQ, visando correções necessárias à certificação. Também forma propostas alterações em definições e em requisitos técnicos e de ensaios, destacando-se:
· A ampliação da periodicidade dos ensaios e da auditoria de manutenção para 36 meses no Modelo 5 e para 24 meses no Modelo 3 de Certificação;
· Alterações nas definições de “família” de reservatórios térmicos e de “modelo base” de coletor solar, de modo a permitir que coletores, com diferentes tipos de vidro de cobertura e reservatórios, com diferentes materiais de revestimento externo, possam compor uma mesma família de produtos;
· A exigência de padronização dos volumes dos reservatórios térmicos;
· A inclusão de notas para orientar os organismos de certificação e laboratórios sobre a operacionalização do ensaio de envelhecimento acelerado em componentes poliméricos;
· Ajustes na definição da composição da amostra da família de produtos a ser ensaiada.
Considerando o momento econômico atual, o Inmetro avalia que a regulamentação deve buscar ser mais eficaz e eficiente, de modo a não onerar desnecessariamente o setor produtivo, gerar excessivos entraves burocráticos ou inibir a inovação tecnológica, mas deve ainda, fundamentalmente, resguardar o processo de avaliação da conformidade com foco na segurança e desempenho dos produtos, e valorizar a infraestrutura de laboratórios e organismos de certificação existentes no país. Segundo o analista, “o segmento de energia solar é estratégico e de maior relevância, não somente para o Brasil, mas para o mundo, e a regulamentação precisa acompanhar e apoiar seu desenvolvimento”.
Acerca dos impactos sobre o setor produtivo, esperados com as mudanças nas Portarias, Pedro Costa avalia que, de modo geral, em regulamentação, os processos de mudança podem trazer algumas dificuldades inerentes “Mas nesse caso, esperamos que os benefícios sejam maiores. Como o escopo dessa proposta de revisão é relativamente pequeno, poderemos minimizar as dificuldades de entendimento e adequação com a disseminação de informação e ações de orientação e apoio. Nesse sentido, a atuação das entidades setoriais é de grande importância, promovendo ações que auxiliem os fabricantes no processo de adequação.”
Nessa perspectiva, segundo o analista, “contar com uma entidade representativa, mobilizada e organizada, como a ABRASOL, é uma grande vantagem. O setor solar térmico no Brasil, considerando a quantidade de ofícios, reuniões, pleitos encaminhados ao governo e suas argumentações, mostra-se bem representado e organizado. É um aspecto muito positivo, no sentido de assegurar uma boa dinâmica de relacionamento com as entidades governamentais e apoiar a definição de políticas públicas. ”
Quanto a melhoria da qualidade dos produtos, esperada com as mudanças nas Portarias, Pedro Costa avalia que “ o escopo dessa revisão, nesse momento, focou em ajustes incrementais na certificação e ensaios, com pequenas alterações na parte de requisitos técnicos, que se relacionam mais diretamente à segurança e ao desempenho dos produtos”. Ele ainda enfatiza que a garantia e melhoria da qualidade dos produtos são, fundamentalmente, responsabilidades do fornecedor, seja ele fabricante, importador ou vendedor. Nem a certificadora, nem o laboratório ou o Inmetro, são responsáveis por garantir ou melhorar a qualidade dos produtos.
“Desse modo, o Inmetro disponibiliza a avaliação da conformidade como uma ferramenta na qual, as empresas que se engajam, passam a orientar-se para assegurar a qualidade dos seus produtos, beneficiando-se com a melhoria da produtividade e aumento da competitividade. De todo modo com melhorias no regulamento, esperamos gerar efeitos positivos sobre o mercado como um todo, de modo a criar condições que favoreçam a melhoria da qualidade dos produtos”, finaliza.
A proposta ficará em consulta pública por 60 dias (até 11 de maio de 2021) e, durante esse período, qualquer pessoa física ou jurídica pode enviar contribuições ao Inmetro, devendo ser encaminhadas por meio de planilha padronizada (modelo) para dconf.consultapublica@inmetro.gov.br
A ABRASOL lançou no último dia 8 de abril, o RENASOL 01 – Recomendação Normativa para Projeto, Fornecimento e Instalação de Sistemas de Aquecimento Solar, que tem por objetivo alinhar as informações necessárias para promover melhores práticas de mercado na instalação de sistemas de aquecimento solar de água.
O lançamento aconteceu em um Webinar, que reuniu os principais nomes do mercado de aquecimento solar. Durante a abertura, o presidente da ABRASOL, Oscar de Mattos, ressaltou que o projeto nasceu de uma solicitação das empresas associadas, visando harmonizar os conceitos em um documento de referência técnica para auxiliar na especificação e comparação de projetos.
A primeira a falar foi a Profa. e Consultora da GIZ (Agência alemã de cooperação internacional) e AHK (Câmara Brasil-Alemanha), Elizabeth Duarte. Ela lembrou que há alguns anos, fez um trabalho de avaliação de mercado, que apontou problemas comuns, como vícios de projetos e instalações que chegavam muitas vezes a comprometer a eficiência de todo o conjunto. “Uma das conclusões mais importantes foi exatamente a necessidade de treinamento, de capacitação dos profissionais de diferentes áreas envolvidas no aquecimento solar, seja na fabricação, no projeto, na instalação, na manutenção ou na comercialização. Isso é um grande desafio em um país que tem as dimensões do Brasil.”
Ela lembrou a grande variação climática do país, os problemas com a qualidade da água, que exigem uma seleção criteriosa de materiais, uso de aquecimentos indiretos ou de filtros especiais. “Esses grandes desafios compõem o que eu chamo de matriz de soluções e para que isso funcione bem nós precisamos ter os requisitos mínimos, as boas práticas muito bem estabelecidas, por isso que considero essa iniciativa da ABRASOL muito importante e acredito que vai ser uma contribuição para a busca dessa excelência.”
O representante do governo Federal do Canadá – Canmetenergy, Lúcio Mesquita, contou que teve a oportunidade de fazer em Toronto, um estudo semelhante ao realizado pela Profa. Elizabeth, e que foram vistos os mesmos erros, por questões básicas que às vezes afetam a operação e a eficiência do sistema. “É tudo uma questão de capacitar, treinar as pessoas, disponibilizar informação. Vejo a recomendação como uma espécie de Manual de Boas Práticas, e espero que a Associação continue no sentido de detalhar e disponibilizar esse tipo de material, não só no sentido de treinamento, mas também de normalização.”
O presidente da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Mário William Esper, destacou que a Associação está mais do que nunca sendo protagonista nos fóruns internacionais levando temas sensíveis para a normalização internacional e elaborando normas internas no país. A Entidade criou uma Comissão Especial de estudos que reúne fontes limpas e renováveis, como energia solar, energia eólica e biogás, de forma a acelerar a elaboração de práticas e normas nesse campo, e aproveitou para convidar a ABRASOL a participar das Comissões de estudo da ABNT, convite que foi prontamente aceito pelo presidente Oscar de Mattos.
Para o presidente da ABRINSTAL (Associação Brasileira pela Conformidade e Eficiência de Instalações), José Jorge Chaguri Jr, esse movimento do RENASOL é fundamental para organizar e harmonizar os sistemas. “falamos muito em energia solar, mas todos os sistemas prediais passam pelos mesmos problemas. Vejo esse manual como um grande elemento para essa harmonização e a busca por sistemas eficientes. Precisamos começar a execução dessas instalações. Esse é um movimento que é permanente, pois conforme os processos mudam, os sistemas evoluem, outros conhecimentos e demandas vão surgindo, então ele tem que ser constantemente revisado.”
O Vice-Presidente de Comércio, Projeto e Instaladores da ABRASOL, Davi Kulb, acredita que o RENASOL 01 permitirá ao mercado colher bons frutos. “Entre os objetivos estão os requisitos básicos e mínimos de projeto, critérios de desempenho de produtos empregados, mão de obra, certificações e NRs para as instalações, pós venda e manutenções. Tenho certeza que ele vai contribuir muito para que o nosso setor se profissionalize ainda mais.”
Depois das considerações, o coordenador do Projeto, Luciano Torres Pereira, fez uma apresentação detalhada do material, chamando atenção para cada um dos requisitos elencados.
O RENASOL 01 está disponível no site da ABRASOL através do link: https://abrasol.org.br/renasol/
A ABRASOL realizou no último dia 11 de março, Assembleia Geral de Associados. O evento, que contou com um número expressivo de participantes, teve por objetivo apresentar o detalhamento das atividades e ações da Associação, bem como discutir o Planejamento Estratégico para o ano de 2021.
Dentre os temas abordados, a reunião realizada no mês de janeiro, com o Ministério de Minas e Energia (MME). Na oportunidade foram discutidos os detalhes sobre o projeto de inclusão de Energia Solar Térmica nas casas do programa de habitação popular “Casa Verde e Amarela”. Foram feitas diversas sugestões como a reativação do GT Sol, cujo objetivo é lançar um programa em âmbito nacional para o fomento do setor, sob o nome provisório “Aquecedor Solar para o Brasil”.
Ainda neste programa, estariam envolvidos importantes nomes do setor de Energia Solar Térmica, com o objetivo de trazer visibilidade e credibilidade às ações. O programa também contaria com a participação Ministério de Minas e Energia, além de diversas outras instituições de interesse no tema, para aumentar a base de mercado.
Outra iniciativa destacada foi o Certificasol, que visa oferecer aprendizado para os profissionais do setor. Já está no ar, o Certificasol Gestão Financeira, e em breve estarão os cursos de Gestão de Vendas e Instalações do Sistemas de aquecimento solar de água para obras de pequeno porte.
Em relação ao INMETRO foram obtidas várias conquistas como a Portaria 111, com a extensão do prazo das avaliações de conformidade e a revisão das Portarias 301 e 352. A Associação também tem uma parceria com o Ipem-SP, que deverá agilizar o retorno de informações entre as entidades.
Se você atua no segmento de aquecimento solar de água e quer melhorar sua capacitação, não perca a oportunidade de participar do curso de Gestão Financeira – CERTIFICASOL. Lançado no mês de março, o curso vem superando as expectativas da ABRASOL.
“Tivemos uma aceitação muito boa por parte do mercado. Uma única empresa comprou 50 pacotes, para distribuir para toda a equipe. Alguns fabricantes estão adquirindo os pacotes e presenteando as revendas. Estamos muito satisfeitos com o retorno”, comenta o presidente da ABRASOL, Oscar de Mattos.
Para se inscrever basta entrar no site da Abrasol https://abrasol.org.br/certificasol/
O mês de março acabou e ao contrário do que diz a música, as “águas de março não fecharam o verão”, pelo contrário, os reservatórios hídricos, fonte da principal da matriz elétrica do país estão abaixo dos níveis adequados para a estação do ano, e a economia segue em ritmo lento, em função da segunda onda da pandemia provocada pela COVID-19. Mas e quando tivermos uma melhora? Será que teremos energia suficiente para enfrentar uma forte retomada?
Quem levanta essa questão é o Vice-Presidente de Desenvolvimento Associativo da ABRASOL, José Lourenço Cassuci. Para ele, se tivermos uma retomada rápida da economia podemos enfrentar além da falta de insumos, falta de energia elétrica, principalmente nos horários de ponta (das 18 às 21 horas). “A energia solar térmica é a única que pode resolver essa demanda por armazenar a energia térmica na forma de calor e eliminar o uso do chuveiro elétrico, liberando-o para realização de trabalhos mais nobres”, ressalta.
Por esse motivo, que a Associação vem trabalhando arduamente junto aos órgãos governamentais e institucionais para criar e agilizar os requisitos normativos para a implantação de uma política pública que incentive o uso do aquecedor solar de água. “Ao mesmo tempo trabalhamos na capacitação do setor, tanto do ponto de vista técnico, quanto comercial, para ampliar a base do mercado e fortalecer as empresas.”
Ele lembra que o mercado é formado por indústrias com tecnologia nacional e que geram mais de 40 mil empregos e que a ABRASOL reúne os agentes do setor, fabricantes, revendedores, instaladores, projetistas, fornecedores de matéria-prima e acessórios usados na cadeia produtiva. Como representantes do setor, já tivemos muitas conquistas, mas muito ainda há que ser feito”, comenta Lourenço.
Dentre as ações realizadas pela Associação, o vice-presidente destaca o CERTIFICASOL, que é uma plataforma para cursos de capacitação online, na qual já foi disponibilizado o curso de Gestão Financeira, os próximos a serem lançados são Gestão de Vendas e Instalações de Sistemas de Aquecimento Solar para obras de pequeno porte; um projeto encaminhado ao Ministério de Minas e Energia visando a utilização de aquecedor solar de água em instalações sociais e no programa de eficiência energética, abrindo o uso no setor industrial; o trabalho realizado junto ao Inmetro para a revisão das Portarias 301 e 352, que entrarão em consulta pública em abril, e que se aprovadas deverão permitir o adiamento dos ensaios de manutenção, em função da pandemia, e a dilatação dos prazos para as manutenções e finalmente o RENASOL, um projeto da ABRASOL com objetivo de trazer diretrizes técnicas aos profissionais do setor.
“Como fica claro, temos trabalhado muito para fortalecer toda a cadeia. Especificamente na cidade de São Paulo, estamos participando do Fórum de Energia Solar, que tem por objetivo a implantação de uma política municipal. Sabemos que São Paulo é um exemplo para todo o país. Se conseguirmos implantar essa politica no município, certamente a ideia será copiada em outros pontos do Estado e de todo o país.”
Lourenço afirma que é um trabalho de formiguinha, mas que graças ao empenho e dedicação da ABRASOL, os primeiros frutos começam a ser colhidos. “Aproveito para fazer um apelo para os empresários que ainda não são sócios para que venham somar esforços conosco para o crescimento deste mercado. Juntos seremos mais fortes”, finaliza.
José Lourenço
Vice-Presidente de Desenvolvimento Associativo