Boletim l Agosto l nº18/2021

boletim 18 |Ago/2021

Editorial

O mercado de aquecedor solar de água pode estar vivendo uma de suas melhores fases. Não é de hoje que a ABRASOL registra um crescimento contínuo na procura pela tecnologia, tanto por pessoas que buscam alternativas sustentáveis, quanto por quem pretende economizar no consumo de energia elétrica.

Ocorre que com a crise hídrica, a busca por soluções ganhou um novo ritmo que deve interferir significativamente na produção de aquecedores solares e na comercialização destes sistemas. Atenta a esse novo cenário, nossa diretoria tem trabalhado arduamente na apresentação do setor para os especialistas do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

No entanto, não adianta conseguirmos mostrar a importância do uso do aquecedor solar de água para as autoridades, se na hora que o consumidor chegar ao mercado tiver que aguardar longos períodos para obter o equipamento.

Diante disso, fizemos um alerta para que fabricantes e revendas se preparem para esse aumento de demanda. A ABRASOL está fazendo sua parte. Nos reunimos com as autoridades, participamos de eventos explicando sobre os diferenciais do aquecedor solar, defendemos a necessidade de um planejamento sustentável, mas não temos como interferir na relação consumidor/fornecedor.

Confiamos no sucesso do trabalho realizado e esperamos que o mercado invista e foque no que é realmente essencial nesse momento. Para tanto, recomendo o texto elaborado por nosso membro do Conselho, Ernesto Serafim, que discute justamente a importância de saber como e onde atuar.

Vamos em Frente!

Oscar de Mattos
Presidente

 

A CRISE HÍDRICA E O AQUECEDOR SOLAR DE ÁGUA

O conceito de planejamento consiste em uma importante tarefa de gestão e administração, que está relacionada com a preparação organização e estruturação de um determinado objetivo. Logo, quando olhamos para o cenário atual que envolve a falta de energia, fica difícil não pensar em um  planejamento energético mais eficiente e de longo prazo.

Mais uma vez o país sente os efeitos da natureza, aquela mesma que poderia servir de alívio. Com a queda no volume de chuvas, o país, totalmente estruturado sob uma matriz energética baseada em hidroelétricas e termoelétricas, olha para o céu em busca de água, sem perceber que a solução poderia estar no mesmo lugar, só que no sol.

No último dia 31 de agosto o governo anunciou um programa que dará desconto na conta de luz dos consumidores residenciais e pequenos negócios que reduzirem de forma voluntária o consumo de energia.

Sem dúvida alguma a medida é necessária, uma vez que existe risco do país entrar em colapso. Mas não seria um bom momento para o governo começar um planejamento sobre energias renováveis? O Brasil é um país privilegiado, com grande potencial para utilizar a energia do sol para aquecer água e com isso promover um deslocamento da eletricidade que seria utilizada em chuveiros elétricos por aquecedores.

Os chuveiros elétricos são responsáveis por 7% de todo o consumo elétrico brasileiro no horário de ponta (17h às 21h), segundo dados do BEN, 2021 e PPH Residencial, 2020. Logo, o que falta para estimular a população a utilizar a energia solar térmica para o aquecimento de água?

A ABRASOL vem trabalhando arduamente junto ao Ministério de Minas e Energia (MME), Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para mostrar a importância de uma Campanha massiva, o que minimizaria substancialmente os feitos advindos do racionamento de energia. “Através de pleito realizado junto a ANEEL já consta da campanha oficial, que o consumidor dê preferência aos aquecedores solares, que são ambientalmente amigáveis e muito eficientes”, ressalta o presidente Oscar de Mattos.

WEBINAR DISCUTE USO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

A Diretora Executiva da ABRASOL, Danielle Johann, participou no último dia 24 de agosto do Webinar “Energias Renováveis – Tendências e Oportunidades”, promovida pela Zaxo Immersion. Ao lado do Diretor Comercial da CPFL Soluções, Flavio Souza, falaram sobre as transformações, impactos, tendências do ecossistema, movimentos de capital, tecnologias e claro, aquecimento solar.

A live foi conduzida pelos diretores da ZAXO, Leonardo Grisotto e Jefferson Nesello, que iniciaram questionando quais as principais transformações nas fontes de energia nos últimos 20 anos.

Segundo Flávio Souza, o Brasil e o mundo passam por uma transformação muito grande, e que o país vem acompanhando isso, com forte tendência para utilização de fontes eólica e solar, sendo que a solar é a que mais cresce. “Temos sorte de ter muita água, sol e vento e sendo isso em períodos complementares. Este mês batemos o recorde de produção de energia solar com 10GW.”

Em sua primeira intervenção, Danielle ressaltou que a energia solar citada pelo representante da CPFL é fotovoltaica, mas que não se pode esquecer da energia solar térmica, que não gera eletricidade, no entanto, é uma grande economizadora de energia elétrica, pois sua função de aquecimento de água pode ser realizada pelo aquecedor solar. “Ela pode armazenar apesar de não ter bateria e ser utilizada no horário de ponta, quando todos estão utilizando a rede. Não precisamos utilizar a rede, pois atuamos de forma desconectada, então economizamos energia. Sempre digo que a energia elétrica é muito nobre para aquecer água.”

A informação de que é possível aquecer água sem uso da eletricidade chamou bastante atenção das pessoas que estavam assistindo a live, gerando diversas perguntas sobre em que tipo de instalação é possível utilizar os aquecedores, em quais regiões os aquecedores são mais indicados, dentre outros.

Os dois palestrantes além de responderem às dúvidas dos participantes, aproveitaram para ressaltar que diante da crise hídrica atual, fica claro que existem boas oportunidades para fazer um plano energético sustentável, com perspectiva de triplicar a capacidade instalada das fábricas, e atender uma demanda muito superior ao que produzimos hoje.

Você pode acompanhar a íntegra da live no link:

https://youtu.be/Bk_HWAjt7f8

MERCADO PRECISA ESTAR PREPARADO PARA ATENDER A UM AUMENTO DE DEMANDA

Mais do que nunca o uso de aquecedores solares de água surge como alternativa para quem busca reduzir o consumo de energia e ainda dispor de uma alternativa sustentável para enfrentar a crise energática. Em virtude deste cenário, a ABRASOL participou de reuniões com o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), procurando demonstrar que os aquecedores solares possuem enorme potencial para minimizar os efeitos frente ao racionamento de energia elétrica.

Diante do resultado bastante positivo das reuniões, a Associação acredita que o setor poderá ter um aumento significativo na procura por Sistemas de Aquecimento Solar nos próximos meses. “Logo, sugerimos aos fabricantes que avaliem seus estoques de matérias-primas para atender esse possível aumento de demanda”, orienta o presidente Oscar de Mattos.

O mesmo cuidado é recomendado à revenda, que deve investir na composição de um estoque estratégico de equipamentos. “Não temos certeza absoluta de que isso vai acontecer, mas enxergamos uma oportunidade de aumentarmos as vendas, nos posicionando de forma definitiva e duradoura neste mercado.”

Vale lembrar que o país ainda não está com o fornecimento de matérias-primas totalmente equilibrado, o que pode dificultar o acesso a alguns componentes necessários para o desenvolvimento do produto.

FOCO NO ESSENCIAL PODE MELHORAR A GESTÃO

Por muitas vezes já falamos da importância da gestão. No entanto, além dos aspectos técnicos, um bom gestor precisa de foco. É com base nisto que o membro do Conselho de Administração da ABRASOL, Ernesto Nery Serafim, ressalta a importância do “essencialismo”.

“Pode parecer estranho, mas se repararmos, vivemos em um mundo no qual queremos fazer tudo. Tudo é prioridade e deve ser feito rapidamente. O resultado: toda essa velocidade gera estresse, cansaço, compulsão”, explica.

Logo, o essencialismo pode ser um antídoto contra isso. “O melhor caminho é reduzir tudo ao essencial, como explicado o livro - A disciplina busca por menos, de Greg McKeown, que recomendo a leitura”, comenta.

Na prática vale dizer que para escolhermos o melhor projeto na hora certa, é preciso aprender a dizer não, ter a capacidade de fazer escolhas e não ceder a pressões sociais. Ernesto Serafim acredita que a utilização desse conceito pode ser muito benéfico para os negócios e aponta alguns aspectos descritos no livro e que devem ser levados em conta:

  1. Clareza de foco, capacidade de dizer não, aspectos não tão valorizados mas fundamentais para os negócios de hoje.
  2. Focar no essencial vai ajudar a encontrar uma liberdade criativa.
  3. Ampliar a capacidade de planejar, prever barreiras, remover obstáculos.
  4. Ir além da iniciativa e ter acabativa.

Saber usar o tempo para fazer o que há de realmente essencial pode agilizar processos e simplificá-los, além de permitir ao empresário desfrutar melhor do seu trabalho e da vida pessoal. “Faça essa pergunta para você mesmo: essa é a coisa mais importante que deveria fazer com meu tempo e meus recursos nesse momento?”

Finalizando o diretor da ABRASOL ressalta que um propósito bem definido é um combustível poderoso na busca pelo essencial.

     Ernesto Nery Serafim

     Conselho de Administração