Boletim I Abril I nº26/2022

Programas de Incentivo ao uso da energia solar têm permitido que vários países avancem no uso dessa tecnologia. Um desses exemplos acontece na Itália. O país investiu na combinação de incentivo no Conto Termico ( em tradução livre “conta de energia térmica”), que suporta instalações de calor renovável e em um superbonus de 110% para eficiência energética em edifícios. O resultado foi um recorde registrado em 2021.

Números da ANIMA (Associação Italiana de Fabricantes de Equipamentos e Componentes para Sistemas de Aquecimento) mostram que 225.000 m² de área coletora (158 MW) foram instaladas em 2021, com crescimento de 83% em relação ao ano anterior.  Isso representa uma mudança completa de tendência após mais de uma década de declínio. A ANIMA diz que um crescimento adicional em um nível muito menor pode ser possível no curto prazo devido a recursos adicionais disponibilizados pelo Plano Nacional de Recuperação e Resiliência. As estatísticas de mercado da Associação estimam que mais de 90 % da área de coletor recém-instalada foi usada para fornecer água quente. Apenas uma pequena fração está relacionada a outras aplicações, como aquecimento do espaço, calor do processo, resfriamento, etc.

O superbonus é o principal motor por trás da forte recuperação do mercado térmico solar. Permite aos investidores uma redução de 110% de impostos para medidas de eficiência energética. A regulamentação possibilita ao investidor privado emprestar esse crédito tributário à empresa realizando as medidas de renovação, para que os consumidores não paguem nada por estas obras. Em vez disso, o fornecedor de tecnologia ou instalador usa os créditos fiscais para reduzir sua própria carga tributária.

Um medidor da conta de energia térmica está disponível para verificação dos recursos utilizados até o momento e o orçamento ainda disponível no esquema. Houve um forte aumento das subvenções alocadas anualmente entre 2016 (36 milhões de euros) e 2021 (327 milhões de euros). Mas, ao todo, o esquema ainda está subutilizado. O administrador do programa Gestore dei Servizi Energetici (GSE) tinha um orçamento anual de 900 milhões de euros, dos quais 200 milhões de euros destinados a órgãos públicos e 700 milhões de euros para projetos privados no período em análise. Assim, a proporção do orçamento disponível utilizado aumentou de 4% em 2016 para 36% em 2021.

A ABRASOL vem trabalhando para promover no Brasil o PRONASOL, que é um programa nacional de incentivo ao uso de aquecedores solares no Brasil, e já está em contato com os idealizadores do programa italiano.

Ficou interessado? Entre em contato com a ABRASOL e participe do fortalecimento da Entidade e ajude a incentivar a utilização dos aquecedores solares através do e-mail: contato@abrasol.org.br

Dando continuidade ao trabalho de fortalecimento da imagem do segmento de energia solar térmica junto ao grande público, a ABRASOL comemora a publicação na imprensa de matérias sobre a Pesquisa de Produção e Vendas de Sistemas de Aquecimento Solar 202. 

A Pesquisa 

A produção brasileira de aquecedores solares em 2021 somou 1,81 milhão de metros quadrados, significando aumento de 28% em relação a 2020. “Nos últimos 25 anos, chegamos à marca de 21 milhões de metros quadrados instalados”, revela Luiz Antonio dos Santos Pinto, presidente da Abrasol (Associação Brasileira de Energia Solar Térmica). Ele explica que o avanço é importante, pois a tecnologia, integralmente brasileira, substitui com eficácia o acionamento dos chuveiros elétricos, responsáveis por cerca de 7% de toda a energia consumida no País e 37% do consumo de eletricidade das famílias no horário de ponta.” 

Quanto aos reservatórios térmicos que compõem os aquecedores solares, foram comercializados 201.398 em 2021. Os de baixa pressão equivaleram a 64% do total, com 128.895 unidades. Os de alta pressão representaram 36%, com um total de 72.503. 

Em termos regionais, o Sudeste foi o mais representativo, com 54% das vendas. Em seguida, vêm o Sul (26%), Centro-Oeste (9%), Nordeste (8%) e Norte (3%). O maior crescimento na comparação com 2020 registrou-se no Sul, com 19%. Com relação à distribuição das vendas nos segmentos de mercado, o setor mais significativo foi o residencial (76%), seguido pelo comercial (14%), industrial (4%), serviços (5%) e projetos sociais (1%). 

O expressivo crescimento na instalação dos aquecedores solares de água no ano passado decorre, segundo Luiz Antonio, de três fatores principais: com o home office, as pessoas, buscando mais conforto, investiram mais em suas casas, e os equipamentos fizeram parte disso; aumento dos investimentos em construção civil; e crise energética, com o consequente aumento das contas de luz. 

O presidente da Abrasol acredita que em 2022 o crescimento será de no mínimo 30%, estimulado pela continuidade dos investimentos dos brasileiros em suas residências, maior conhecimento sobre os benefícios do aquecimento solar, mais investimento do governo em projetos sociais, contemplando o uso da tecnologia, bem como sua aplicação no setor industrial e os programas de eficiência energética e os de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica . 

Dentre os veículos em que a pesquisa foi publicada estão: Folha de SP, Valor Econômico, O Dia, Portal Yahoo, entre outros.

Acontece no próximo dia 19 de maio o Webinar de lançamento do curso Sistemas de Aquecimento Solar de Água para Processos Industriais, que trata-se de uma parceria para o desenvolvimento do curso entre a ABRASOL e RENAC, com fomento do  Ministério de Meio Ambiente da Alemanha – RENAC (Renewable Academy of Germany) e a ABRASOL.

Para participar do curso que será gratuito, é preciso ter conhecimento técnicos básicos sobre aquecedores solares, bem como sobre os processos de aquecimento na indústria. O Webinar será transmitido no Youtube da ABRASOL, das 10 às 11h30.

O objetivo do curso é explicar como os Sistemas de Aquecimento Solar de Água para Processos Industriais podem fornecer uma alternativa prática e economicamente atraente para a produção de calor a partir de combustíveis fósseis, contribuindo assim com o meio ambiente através da utilização de uma energia limpa.

Webinar

Curso Sistemas de Aquecimento Solar de Água para Processos Industriais

Data – 19/05/2022

Horário – 10 às 11h30

Local –  https://youtu.be/rJO6jgndvE0

“Só não aprende aquele que acha que já sabe.” A frase é do vice-presidente de Tecnologia e Meio Ambiente da ABRASOL, José Lourenço Flores, e retrata exatamente a filosofia adotada pela entidade, no sentido de garantir conhecimento a todos que se interessam.

Para tanto, a Associação criou o programa CERTIFICASOL, uma plataforma de cursos online que ajuda na capacitação e gestão das empresas e profissionais do setor de Energia Solar Térmica. No próximo dia 19 de maio será lançado mais um curso, agora voltado para processos industriais. “Os cursos são de extrema importância, já temos disponíveis cursos de instalação de aquecedor solar de pequeno, médio porte; cursos de gestão financeira e curso de vendas.”

José Lourenço ressalta um fator muito significativo no curso de Sistemas de Aquecimento Solar de Água para Processos Industriais, a parceria entre a ABRASOL e o Ministério de Meio Ambiente da Alemanha. “Na maioria dos países para cada kw elétrico usado nas indústrias, são necessários seis kw térmicos. Eles dominam essa tecnologia e estão trabalhando em parceria com a ABRASOL para incluir um CERTIFICASOL para processos industriais.”

O vice-presidente ainda salienta a importância de uma parceria de longo prazo como esta, tão relevante para o benchmarking de um país que já utiliza o aquecedor solar de forma mais diversificada e ainda faz aportes de capital para fomentar atividades ligadas ao uso de Energia Solar Térmica em outros países. “Os cursos do CERTIFICASOL são um sucesso, estamos muito satisfeitos com os resultados. Acreditamos que só com capacitação e boas práticas é possível fazer um mercado próspero e sustentável.”

Outra iniciativa que merece destaque dentro da vice-presidência de Tecnologia e Meio Ambiente é o QUALISOLAR, que se encontra em fase final de desenvolvimento. José Lourenço acredita que o projeto deverá causar grande impacto no setor. A proposta é criar um selo que poderá ser utilizado pelas empresas aderentes ao Programa. O objetivo é ter uma plataforma informando os materiais e dimensões usadas nos produtos, gerando assim transparência na comercialização. “Será uma maneira de comprovar que o produto ofertado é exatamente o mesmo que foi produzido e anunciado. Nossa intenção é que o próprio mercado se autorregule. Só com capacitação e boas práticas atingiremos o estado de excelência naquilo que fazemos.”

José Lourenço F. Cassuci

VP Tecnologia e Meio Ambiente