Boletim 39 Jun/2023
Boletim 39 Jun/2023
Nesta edição temos o prazer de mostrar como funcionam os cursos ofertados pelo SENAI Pirituba, focados em energias renováveis. Mais que a parte teórica e prática, o curso tem por objetivo garantir que o perfil profissional esteja alinhado com as necessidades e demandas reais do mercado.
Também vamos falar sobre o Seminário Futuro é Solar, promovido pelo Instituto Envolverde em parceria com a UMAPAZ, a Secretaria do Verde e Meio Ambiente e com o apoio do gabinete do vereador Eliseu Gabriel, e que tem por objetivo chamar atenção para a importância da energia solar como ponto fundamental para a transição energética.
No Seminário mostramos o potencial do mercado de aquecimento solar, que acaba, inclusive, de ganhar destaque no Balanço Energético Nacional (BEN), desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Energética.
Para nossa grande felicidade percebemos que outros estados, também se interessam por uma legislação que incentive o uso do aquecedor solar térmico. Em Belo Horizonte, a ABRASOL está dando suporte para o vereador Wesley Moreira no desenvolvimento de um PL semelhante ao que existe em São Paulo.
E em Brasília, estamos trabalhando para conseguir uma audiência pública que permita ao setor mostrar a importância de incluir no projeto Minha Casa, Minha Vida, o aquecedor solar de água. Só posso dizer que temos muito trabalho pela frente e cada vez mais será importante contar com o apoio de todos os associados. Se você ainda não está na ABRASOL, é hora de começar a pensar no assunto.
Luiz Antonio dos Santos Pinto
Presidente
O setor de aquecimento solar tem mais uma conquista para comemorar. Acaba de sair o relatório síntese do Balanço Energético Nacional (BEN), da Empresa de Pesquisa Energética do Brasil. Se no ano passado a energia solar térmica apareceu pela primeira vez dentro do setor de energias renováveis no relatório ainda de forma tímida entrando no rol das outras renováveis, este ano o setor é destacado em várias partes com a diferenciação do papel da energia solar térmica na matriz energética brasileira.
Para a diretoria da ABRASOL a publicação é motivo de muita alegria, pois demonstra que todo o trabalho da entidade na busca do reconhecimento da importância do uso da energia solar térmica, vem dando resultado. “Estamos fazendo um trabalho consistente, que vem sendo recompensado e isso é o mais importante”, ressalta o presidente Luiz Antonio dos Santos Pinto.
De acordo com o Relatório, a fonte solar térmica atingiu 11.632 GWh equivalente em 2022, mantendo uma tendência de crescimento. O setor residencial respondeu por 80% do total deste número, enquanto o comercial ficou com 17% e o industrial 3%.
Para acessar o relatório completo, acesse o link:
Belo Horizonte é considerada a capital do aquecedor solar no Brasil. A fama nasceu em função do número de instalações, principalmente em edifícios que existem na cidade, mais de 3.600. Mesmo assim, ainda não existe uma legislação prevendo a adoção de sistemas de aquecimento solar nas residências ou prédios públicos.
Essa realidade, no entanto, está pronta para sofrer uma importante mudança. No último mês a diretoria da ABRASOL esteve reunida com o vereador Wesley Moreira de Pinho, conhecido como Wesley Autoescola (Pros) para conhecer a proposta de projeto de lei visando a implementação do uso do aquecedor solar em residências, escolas, clubes e afins.
O presidente da ABRASOL, Luiz Antonio Santos Pinto, explica que a ideia é ter um texto bem próximo do PL 107, proposto pelo vereador de São Paulo, Eliseu Gabriel. “Já estamos em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano de Belo Horizonte, e acreditamos que em breve teremos a primeira prévia do projeto.”
A ABRASOL vem trabalhando para mostrar aos políticos a importância do uso do aquecedor solar não apenas do ponto de vista ambiental, como também no aspecto econômico, uma vez que 40% do custo da energia em residências, é oriundo do uso de chuveiros elétricos.
A ABRASOL está pleiteando junto ao governo Federal a realização de uma audiência pública, com objetivo de discutir a inclusão da energia solar térmica nas habitações do programa de governo, Minha Casa, Minha Vida.
Inicialmente, a MP aprovada pelo Congresso, não prevê a inclusão dos aquecedores solares nas residências. Com apoio do senador Marcos Pontes, o presidente da ABRASOL, Luiz Antonio Santos Pinto, pretende mostrar aos ministros os benefícios da utilização dessa tecnologia.
Dentre os pontos defendidos pela Associação, a questão do aquecedor solar não sobrecarregar o sistema elétrico e provocar qualquer ônus para o setor. “Trata-se de uma tecnologia nacional, que além de estar baseada em uma fonte renovável e limpa, o sol, permite uma economia significativa de energia elétrica, reduzindo em muito a conta de luz, principalmente nas habitações de interesse social, permitindo que as famílias se beneficiem de uma energia limpa, que gerará economia para as famílias com a transferência da renda para outras atividades como saúde, educação e lazer.”
O Instituto Envolverde, em parceria com a Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ), um dos braços da Secretaria do Verde e Meio Ambiente da cidade de São Paulo, realizou, no dia 16 de junho, o seminário "Futuro é Solar 2" para debater a criação da Política Municipal de Energia Solar e os efeitos do uso desta fonte.
O evento foi realizado na Câmara Municipal de São Paulo e teve como mediador Reinaldo Canto, jornalista do Instituto Envolverde. Na ocasião foi debatido o projeto de lei 107/2019, aprovado em sua primeira votação, que propõe a criação da Política Municipal de Energia Solar para que a cidade de São Paulo seja pioneira na disseminação de forma ampla desta fonte energética sustentável.
Para o vereador Eliseu Gabriel, que apresentou o projeto de lei, o uso dessa energia na cidade de São Paulo por ser mais limpa do que outros tipos de fontes, traz ganhos tanto financeiros, quanto ambientais.
O jornalista Reinaldo Canto lembrou a importância na implementação deste tipo de energia. “Não podemos mais pensar no futuro sem construções sustentáveis. Esse processo começa com os materiais utilizados, na ventilação correta, para não existir um calor excessivo e, por último, na maneira como a energia será coletada.”
A ABRASOL foi representada pela diretora Executiva, Danielle Johann, que apresentou o enorme potencial do uso da energia solar térmica, principalmente em um país como o Brasil, que possui uma excelente incidência de raios solares. Para tanto, mostrou gráficos com a posição do Brasil quando avaliada a capacidade instalada de coletores planos em MW, quinto lugar e 31º quando o número é aberto, em regiões com 1000 habitantes.
Segundo ela, os números demonstram a possibilidade de crescimento do parque instalado nacional, gerando empregos, renda, redução de emissão de gases do efeito estufa, entre outros. “Hoje com o parque instalado que temos, produzimos 15% a mais que uma usina de Itaipu”.
A diretora da ABRASOL também falou sobre a necessidade de incentivar o uso do aquecedor solar no comércio e indústria, a exemplo do que ocorre em diversos países. “No Brasil o maior número de aquecedores solares térmicos está em residências nas regiões Sudeste e Sul.”
Fechando a apresentação Danielle mostrou as vantagens do uso da energia solar térmica para a cidade de São Paulo e para o Brasil, ressaltando que além de se tratar de uma energia renovável, no horário de ponta ela é responsável por uma economia de 7% de energia elétrica no aquecimento de água, o que o torna ainda um importante parceiro contra a insegurança energética vivida pelo país, com longos períodos de seca.
“São Paulo é sempre um espelho para as demais cidades do país. Temos informações de projetos para o uso do aquecedor solar em várias regiões, mas esperamos que o PL 107, que já foi aprovado em primeira votação, passe na segunda, pois ele está consistente e é importante para a cidade ao garantir diversificação no planejamento energético, contribuir para o meio ambiente e gerar emprego e renda para a nossa população.”
Também participaram da discussão o vereador Eliseu Gabriel (PSB-SP); outros importantes representantes no tema como: Ana Wernke, coordenadora de relações Institucionais do ICLEI Brasil (Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais); Douglas Messina, pesquisador do laboratório de energia solar do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT); Marcela de Oliveira, gerente de projetos da SP Parcerias; e Denesio Carvalho, do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo.
A ABRASOL participou, nos dias 24 e 25 de maio, do Comitê Técnico Setorial Nacional de Energias Renováveis realizado no SENAI Pirituba - Escola SENAI Jorge Mahfuz, em São Paulo.
No Comitê Técnico Setorial são reunidos representantes da indústria, meio acadêmico, poder público, associações e/ou órgão de classe e especialistas do SENAI com o objetivo de revisar e aprimorar os cursos oferecidos no segmento em todo o país.
Segundo o diretor do SENAI Pirituba, Ricardo de Oliveira Campos, o principal propósito desse trabalho é validar o perfil do profissional que atuará no segmento de Energias Renováveis em suas diversas aplicações. Para isso, o SENAI convidou empresas e associações do setor, além dos conselhos de classe e outras instituições educacionais.
Neste contexto, a ABRASOL, representada pela Diretora Executiva Danielle Johann, foi uma das Associações que contribuiu com as discussões e posterior validação dos perfis profissionais propostos pelos especialistas do SENAI.
Após a conclusão dessa validação, a equipe do SENAI trabalhará na construção das ementas dos cursos discutidos, direcionando-os para a prática profissional dos futuros alunos que, posteriormente, atuarão nesse segmento.
Com o crescente interesse na utilização de fontes de energia limpa e sustentável, os cursos em energia solar térmica, por exemplo, surgem como uma forma de capacitar profissionais para atuarem nesse setor desenvolvendo as competências necessárias no que tange aos princípios, tecnologias e aplicações dessa fonte de energia renovável (energia solar), capacitando-os para atuar em projetos e instalações além da manutenção de sistemas de energia solar térmica de forma eficiente e segura.
Campos afirma que a atualização dos treinamentos da área de Energias Renováveis é extremamente importante, pois assegura que os profissionais formados estejam aptos a realizar as suas atividades com conhecimento das melhores práticas disponíveis, das regulamentações e das normas técnicas a serem seguidas.
“A capacitação em energia solar térmica cria oportunidades de emprego e empreendedorismo no setor de energias renováveis. À medida que a demanda por sistemas solares térmicos aumenta, há uma maior procura por profissionais qualificados para projetar, instalar e manter esses sistemas”, exemplifica.
O SENAI-SP oferece soluções educacionais nas mais diversas áreas de competência, como alimentos e bebidas, biotecnologia, energias renováveis, manufatura avançada e logística, reunindo instrutores qualificados e infraestruturas tecnológicas, como o Centro de Conectividade, o Laboratório de CyberSegurança e o OpenLab da Indústria 4.0 e, em breve, o Laboratório de Subestação Digital e Inteligente para o Grid 4.0.
Os cursos ofertados abrangem diversos níveis de formação desde cursos livres de curta duração, aprendizagem industrial, cursos técnicos até cursos superiores de graduação tecnológica.
Especificamente o SENAI Pirituba atua na formação profissional com cursos nas áreas de Energias Renováveis, Eletrotécnica, Eletroeletrônica, Eficiência Energética e Desenvolvimento de Sistemas.
Destaca-se a oferta do curso Técnico em Sistemas de Energia Renováveis e a trilha de ensino-aprendizagem para a área de Energia Solar Térmica, por exemplo:
“A parceria com a ABRASOL possui um papel fundamental na promoção da educação profissional com vistas a elevar o número de profissionais aptos a atuarem com a energia solar térmica frente a expansão dessa tecnologia no Brasil. Essa colaboração fortalece o desenvolvimento tecnológico e, dentre outros fatores, contribui significativamente para a transição energética no país”, finaliza Campos.