Boletim I Dezembro I nº44/2023

Boletim 44 Dez/2023

Editorial

Continuidade. Esta certamente é a palavra chave para o período que a ABRASOL inicia a partir da nova gestão. Depois de um período em que o foco esteve no entendimento das propostas do novo governo e do esforço para uma maior aproximação e apresentação dos pleitos do setor, agora começa uma nova fase.

Não menos importante, chega o momento de consolidar essa relação, demonstrando que embora a Associação tenha uma nova diretoria, os propósitos são os mesmos: mostrar a importância do setor e quanto o uso do aquecedor solar de água pode ter papel fundamental para contribuir com a transição energética.

O ano de 2023 foi marcado por muito trabalho e chega ao final com boas conquistas. Graças ao apoio do senador Marcos Pontes, a inclusão do aquecedor solar de água no Programa Minha Casa, Minha Vida, parece bem mais próximo.

No mês de novembro aconteceu a primeira audiência pública, na qual a ABRASOL teve a oportunidade de apresentar todos os benefícios da tecnologia, bem como demonstrar o quanto ela é importante para os projetos sustentáveis que o país pretende implantar, visando a transição energética.

Olhando para o que foi o ano de 2023, a expectativa para 2024 é grande. A nova gestão assume buscando reforçar o que foi “plantado” ao longo do ano e abrir novos caminhos não apenas para os fabricantes, mas também pra projetistas, revendedores e instaladores.

Um ciclo se fecha e um novo começa, mas o espírito que fica é o de harmonia e parceria, pois é trabalhando de forma unida que a atividade vai crescer e alcançar seus objetivos.

O ano termina e os votos são os melhores para todos os associados que permitiram que a ABRASOL, em tão pouco tempo de vida, tenha conquistado maturidade e relevância junto ao mercado, deixando claro que trabalho sério traz resultado.

Nova gestão quer dar continuidade ao trabalho da ABRASOL

Após 2 anos à frente da ABRASOL. Luiz Antonio dos Santos Pinto deixa a presidência da Associação depois de ter buscado incansavelmente, ao lado dos associados, fortalecer o setor e torná-lo mais difundido junto ao mercado e o poder público, que, em suas palavras, “não tinha a menor noção da importância da energia solar térmica”.

Ele relembra do momento enfrentado pelo segmento, em fevereiro de 2022, época em que o Brasil e o mundo ainda estavam assombrados com os rastros da pandemia. “Apesar do nosso setor ter crescido muito no ano de 2021, sabíamos que havia sido um ano atípico e tínhamos em mente que os próximos anos seriam muito desafiadores", conta Santos.

Mesmo diante desse cenário, com o apoio de sua diretoria e dos parceiros, a  ABRASOL buscou, por meio de muitas reuniões com órgãos públicos e várias entrevistas proporcionadas pela assessoria de imprensa, tornar o aquecedor solar mais conhecido e despertar o interesse das autoridades e da mídia. O presidente afirma que a Associação termina esses dois anos de administração com várias conquistas e muito o que comemorar.

“Temos sido recebidos por vários ministérios em Brasília para difundir nossa tecnologia. Conseguimos também o apoio do senador Astronauta Marcos Pontes para um Projeto de Lei que inclui o aquecedor solar no programa Minha Casa Minha Vida. Além disso, despertamos o interesse do MME (Ministério de Minas e Energia), Ministério de Meio Ambiente (MMA) e MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) em conhecer a aplicação da energia solar térmica em processos industriais”, recorda.

Apesar de tudo que foi feito, ele destaca como crucial para a nova diretoria, a aprovação do projeto que coloca definitivamente o aquecedor solar nas novas construções.  “Precisamos que a energia solar térmica aplicada aos processos industriais seja reconhecida como a solução de economia e sustentabilidade. Se o governo recomendar, será um grande avanço, e se tiver linhas de crédito atrativas, o setor decola definitivamente.”

Antonio Santos conclui falando que sai da presidência com gratidão pelo apoio de todos os associados e o comprometimento da diretoria que esteve ao seu lado em todos os momentos. “Fica a sensação gratificante do dever cumprido, mas a consciência de que o trabalho está apenas começando e que poderão contar sempre comigo. O novo presidente, Mauro Isaac Aisemberg, está alinhado e participou de forma efetiva em todas as ações de minha gestão. Tenho convicção que irá continuar o que começamos e iniciará outros projetos de relevância para o nosso segmento.”

Uma nova gestão

Continuidade. Essa é a expectativa do novo presidente da ABRASOL, Mauro Isaac Aisemberg. Ele conta que a intenção é dar sequência ao trabalho que vem sendo feito, e para tanto, pretende focar sua administração em três pilares: melhorar a gestão, políticas públicas e mercado.

No campo da gestão ele destaca o trabalho iniciado recentemente denominado Aurora, e que através de um design estratégico e branding objetiva fazer um diagnóstico da Associação. O segundo pilar tem foco na concretização dos projetos de lei que visam incluir o aquecedor solar de água em Políticas Públicas e o terceiro, desenvolver como um todo o mercado para o setor.

Fazendo uma análise geral do país, Aisemberg acredita que é preciso que a economia volte a se equilibrar. Ele lembra que durante a pandemia os produtos em geral tiveram um movimento muito forte. No entanto, passada essa fase, o consumidor começou a buscar produtos ligados ao consumo pessoal, como viagens, hotéis e coisas do tipo.

“Sem dúvida, na medida em que você tem o controle da inflação e uma redução do custo financeiro, você imagina que a economia tende a aumentar o envolvimento em atividades de construção, e isso nos favorece.” Para ele, a questão externa não é essencial para explicar o desenvolvimento brasileiro, ou seja, não deverá ter um impacto tão significativo.

Finalizando, Mauro Aisemberg explica que a expectativa é que os associados, juntos com o Conselho, consigam trabalhar pelo desenvolvimento maior da entidade. “Aproveito para deixar uma mensagem de bom Ano Novo para todos.”

Governo avalia inclusão do aquecedor solar térmico no Minha Casa, Minha Vida

No  dia 23 de novembro aconteceu em Brasília, uma audiência pública na Comissão de Infraestrutura. Na oportunidade, o diretor Técnico da ABRASOL, Eduardo Montalvão, defendeu o uso dos aquecedores solares em programas habitacionais do Governo, como o Minha Casa, Minha Vida.

Montalvão ressaltou que atualmente, 7% do consumo nacional de toda a demanda energética é focado somente para aquecimento de água via chuveiro elétrico, um número de carga muito grande utilizado para isso. Como alternativa para diminuição desse gasto, o aquecedor solar conseguiria reduzir em até 40% a conta de energia elétrica de uma residência, sendo ele um ganho direto social para o consumidor final.

De acordo com o diretor da Abrasol não podemos entender o aquecedor solar, diferente de outras tecnologias, como uma geração intermitente (que possui interrupções). “Por mais que ele esteja gerando somente quando está sol, nosso sistema tem um reservatório térmico que é uma bateria que disponibiliza 24 horas por dia essa água independentemente do horário”, explica ele.

Segundo Alexandra Albuquerque Maciel, coordenadora de projetos do Ministério de Minas e Energia, mesmo nas regiões de clima mais quente o aquecimento solar é benéfico. “Existe uma questão que sempre se levanta de que nas regiões de clima quente não é necessário pensar em sistemas de aquecimento solar, mas percebemos que na prática isso é diferente. Se não fosse assim, as populações de renda mais alta não teriam chuveiros elétricos porque não seria necessário.”

Alexandra complementa dizendo que o Ministério de Minas e Energia vem trabalhando de mãos dadas com o ministério das cidades para que os regramentos dos programas de habitação sejam desenvolvidos levando em consideração todas as medidas para que a Energia Solar Térmica seja incluída.

Na visão de Michel Sednaoui, coordenador da força-tarefa social da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) sobre o aquecedor solar no Minha Casa Minha Vida, se trata de uma tecnologia complementar à fotovoltaica. A população de baixa renda se beneficiaria de sua aplicação, assim como o sistema energético brasileiro e o meio ambiente.

Por fim, o Senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) afirmou que a energia solar é sem dúvida nenhuma, uma fonte energética que precisa ser explorada, assim como o desenvolvimento de tecnologias que possam assessorar energia solar aqui no país. “Nós temos uma dependência grande ainda da China na produção dos equipamentos de Energia Solar Fotovaltaica, mas temos condições de desenvolver aqui no Brasil inovações complementares que ajudem a se ter mais tecnologia nacional sendo aplicada aqui para o bem da nossa população e desenvolvimento da indústria e dessas tecnologias na nação, que é  o caso dos aquecedores solares”, concluiu Pontes.

Segundo Fiesp, as perspectivas econômicas no Brasil para 2024 são promissoras

Igor Rocha - Foto Fiesp

As perspectivas econômicas na indústria para 2024 foi o tema da palestra ministrada pelo economista chefe da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Igor Rocha, durante a Plenária dos Executivos, promovida pelo Departamento de Desenvolvimento Intersindical (DDI).

De acordo com o economista, as economias brasileira e mundial passaram por um período de muita incerteza, com pandemia, guerra na Ucrânia e o conflito no Oriente Médio, o que afeta no entendimento da economia que, segundo Igor, já é complexa para se entender, acaba agravando um pouco mais diante dos “cisnes negros” que aparecem.

Comparativamente o Brasil começou a reduzir os juros antes do restante do mundo, o que pode ser caracterizado como uma boa estratégia. Em um gráfico comparativo de economias avançadas como EUA, Reino Unido, União Europeia e Canadá, e economias latinas como Brasil, México, Colômbia e Chile, pode se encontrar uma expectativa de queda da taxa de juros a partir de fevereiro de 2024. “Vamos ter um ambiente melhor, dependendo se isso de fato acontecer e com qual velocidade isso vai acontecer”, explica Igor.

Em outro ponto, o economista comentou sobre a expectativa da taxa de câmbio e explicou o que pode vir a acontecer com o dólar. “Eu acho que o dólar está mais para R$4,80 ou R$4,90, do que para cima de R$5. O mercado está colocando esse valor, mas eu não acho porque estou enxergando que os EUA provavelmente vão fazer um arrefecimento monetário maior e se isso realmente acontecer o dólar fica mais baixo, porque fica menos atrativo para o investidor estrangeiro”, conclui.

Antes de finalizar, Igor ainda destacou que o real se valorizou nos últimos tempos, mas que não foi uma exclusividade do país, outros países latinos, como Chile e México, também tiveram suas moedas valorizadas. “Talvez no Brasil tenha sido mais intenso do que em outros lugares, mas foi uma coisa comum na América Latina”, finaliza.

ABRASOL participa de Seminário de Políticas Públicas para Eficiência Energética na Indústria

O presidente da ABRASOL, Luiz Antonio dos Santos Pinto, participou do Seminário de Políticas Públicas para Eficiência Energética na Indústria, do Programa potencializEE, uma iniciativa que visa impulsionar investimentos em Eficiência Energética na indústria brasileira. O encontro aconteceu no Ministério de Minas e Energia (MME), e reuniu representantes do Governo, Indústria, CNI, Senai, ESCOs e Abesco, com o objetivo de promover a descarbonização e a competitividade do setor produtivo nacional.

Durante o evento, o MME anunciou a expansão do programa potencializEE, que apoia as pequenas e médias indústrias na implementação de medidas de eficiência energética. O secretário Executivo Adjunto do MME, Fernando Colli, afirmou que o Ministério teve a iniciativa de elaborar a proposta inicial do potencializEE e tem sido um protagonista ativo na governança do Programa, apoiando efetivamente, junto com outros entes parceiros, o plano de ampliação do programa para o âmbito nacional, contemplando micro, pequenas e médias empresas nos mais diversos setores industriais.

A proposta de ampliação consiste na inclusão de estados adicionais a partir de 2024, selecionados com o apoio das Federações Industriais de cada estado e, para isso, receberá recursos do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), gerenciados pelo MME.

Para ampliar o programa para outras regiões brasileiras, participarão também o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que já estabeleceu um Fundo Garantidor específico para projetos de eficiência energética (FGEnergia), bem como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).

Colli afirmou também que para que os objetivos de desenvolvimento sustentável sejam alcançados, é fundamental que as políticas e decisões setoriais considerem três aspectos importantes: segurança e equidade energética, além de sustentabilidade. “É preciso encontrar um equilíbrio entre esses fatores para garantir um futuro mais justo e sustentável para todos. Nesse contexto, a eficiência energética surge como uma das soluções mais eficazes para se resolver essa complexa equação”, salientou.

Sobre o Programa potencializEE

O potencializEE é um programa de cooperação Brasil-Alemanha que promove eficiência energética em pequenas e médias empresas industriais atualmente no estado de São Paulo e tem como parceiro político o  Ministério de Minas e Energia (MME), tendo a participação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), em parceria com a GIZ Brasil, o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), a Desenvolve SP (Banco do Estado de São Paulo) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Também são parceiras a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO) e o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel).

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