Boletim I Julho I nº29/2022

Alinhada à autorregulação defendida pelo Inmetro, a ABRASOL está pronta para colocar no mercado o Selo QUALISOLAR. Trata-se de uma certificação voluntária que permitirá às empresas participantes garantirem ao consumidor final a qualidade e conformidade do equipamento adquirido.

Para o presidente da ABRASOL, Luiz Antonio dos Santos Pinto, a iniciativa surgiu das queixas registradas no mercado sobre equipamentos que não atendem o que está estabelecido nos ensaios. “O QUALISOLAR será um divisor de águas no mercado.”

Além de beneficiar os consumidores, a certificação permitirá uma competição mais justa entre os fornecedores de aquecedores solares. “Embora ela seja voluntária, percebemos um grande interesse entre os fabricantes, o que só reforça nossa certeza de que estamos no caminho certo”, comenta o presidente.

O QUALISOLAR também foi muito bem recebido pelos representantes do Inmetro, por estar totalmente alinhado à nova política do Instituto. O primeiro passo para a implantação será a adesão das empresas, que poderão fazê-lo entrando em contato com a ABRASOL.

Será disponibilizado um site com os dados da Planilha de Especificação Técnica dos equipamentos, que não envolvam segredo industrial, de forma a garantir a transparência das informações.

Vale ressaltar que o programa será exclusivo para associados que deverão fazer adesão. “Convidamos todos os fabricantes a participarem dessa iniciativa, que servirá, inclusive como programa piloto para o Inmetro que pretende repetir o modelo em outros setores.”

Na edição anterior do ABRASOL INFORMA apresentamos números do relatório do IEA Solar Heating and Cooling Program (SHC), segundo o qual depois de sete anos o mercado global de energia solar térmica registrou um crescimento de 3% em 2021.

Nesta edição vamos mostrar que o número de plantas de aquecimento solar industrial cresceu para aproximadamente 975 indústrias com uma área total de coletores instalados de 1,23 milhões de m². O México lidera em número de sistemas de aquecimento solar industrial, instalados devido à competitividade de custos com combustíveis fósseis, principalmente gás liquefeito de petróleo (GLP).

Mais do que apresentar números, o objetivo da ABRASOL é chamar a atenção para o tamanho do potencial que o Brasil possui para implantação do aquecimento solar térmico junto ao segmento industrial, uma vez que atualmente cerca de 4% das indústrias utilizam esse tipo de energia.

Coletores parabólicos na Comercial Forrajera de Lagos (COMFOSA) in Mexico. Photo: COMFOSA

As tecnologias solares térmicas são adequadas para fornecer aquecimento a muitos processos, como pré-aquecimento para secagem, fervura, esterilização ou branqueamento com necessidades de temperatura de 90°C, deixando os processos industriais mais eficiente do ponto de vista energético, levando-se em consideração que a indústria está entre os setores econômicos mais desafiadores para descarbonização.

Diante deste enorme potencial e consciente do impacto da conta da energia elétrica nos custos da indústria, a ABRASOL tem buscado esclarecer o setor sobre os benefícios da utilização do aquecimento solar térmico. “Sabemos que é um trabalho lento e que precisa ser feito com base em dados que demonstrem a efetividade do processo. Em função disto temos todo o interesse em demonstrar os números do SHC, que demonstram os bons resultados conquistados por diversos países”, ressalta o presidente Luiz Antonio dos Santos Pinto.

O relatório completo e as principais conclusões estão disponíveis gratuitamente no site da IEA SHC (www.iea-shc.org/solar-heat-worldwide).

O último mês foi bastante produtivo em termos de divulgação da energia solar térmica. No último dia 22 de julho o jornal Valor Econômico publicou um artigo do presidente Luiz Antonio dos Santos Pinto, sob o título “Energia Solar Térmica, potencial reprimido”.

No texto ele destaca o crescimento da utilização de energia solar térmica no Brasil, de 28% em relação ao ano de 2020, e reafirma que o aquecimento solar de água precisa constar efetivamente da matriz energética nacional e do planos nacionais.

Na rádio Eldorado Luiz Antonio falou sobre a contribuição da energia solar térmica para a redução das despesas de uma residência com energia elétrica.

Ampliar o número de associados é uma das metas do vice-presidente (VP) de Desenvolvimento Associativo da ABRASOL, Rainer Campioni. Para ele, apesar dos bons resultados registrados nos últimos anos, ainda existe uma parcela significativa de empresas fora da Associação.

No entanto, conquistar esse público exige alguns desafios. Para se preparar adequadamente para isto, Campioni explica que a entidade elaborou um Planejamento específico, que envolve desde um contato direto com as empresas, até o desenvolvimento de benefícios atrativos para o novo associado.

A partir da elaboração deste Planejamento, Campioni explica que serão aplicados vários passos. “Queremos primeiro listar todos os fabricantes para depois começarmos a entrar em contato com eles. O segundo passo será desenvolver uma relação de benefícios.”

No entanto, a ABRASOL não está focada apenas nos fabricantes. O VP diz que é preciso aproximar também os lojistas. “Queremos trazer empresas importantes que ainda não participam da Associação. A maior parte são lojistas que ainda não integram nosso quadro associativo.”

Uma das propostas é a contratação de uma Agência de Marketing, para que esta elabore uma Campanha para atrair os donos de lojas. “A parte do contato direto ficará aos meus cuidados. Gosto do network, da troca de experiências”, comenta o VP.

Dentre as possibilidades em estudo estão a criação de rodadas de dúvidas, para quem está chegando, a oferta de treinamentos, como os do Certificasol, para quem se associar. “Queremos dividir nossa experiência com os que estão chegando, para tanto queremos criar reuniões técnicas e promover o debate e a troca de informações, sempre em busca do desenvolvimento de um bom trabalho.”

Rainer Campioni
VP Desenvolvimento Associativo