Boletim I Julho I nº40/2023

Boletim 40 Jul/2023

Editorial

É sempre bom trazer boas notícias. E nesta edição temos muitas. Começamos pelos números apresentados pelo relatório Solar Heat Worldwide, que mostra o Brasil na quarta posição entre os países com maior capacidade instalada de produção de energia solar térmica.

Continuamos com o lançamento oficial, no dia 29 de agosto, do Selo QUALISOLAR, nossa Certificação voluntária que deverá dar transparência e garantir a qualidade dos produtos ofertados aos consumidores.

Também concluímos a revisão da Recomendação Normativa da ABRASOL para projeto, fornecimento e instalação de Sistemas de Aquecimento Solar (RENASOL 1), que é praticamente um Manual de Boas Práticas para o mercado.

Outra notícia muito boa, é que o senador Marcos Pontes, abraçou o PRONASOL, e está defendendo o projeto, que tem por objetivo incluir  o uso de aquecedores solares de água, nas políticas públicas, propiciando a redução da emissão de poluentes e de gases de efeito estufa.

E fechando a edição, uma matéria mostrando que 20% dos postos de trabalho na nossa cadeia produtiva estão sendo ocupadas por mulheres. Embora o número seja bastante positivo, temos certeza que é possível melhorá-lo e mostrar que a nossa indústria além de utilizar energia renovável, pode contribuir para reduzir a desigualdade de gênero.

Luiz Antonio dos Santos Pinto
Presidente

Projeto de lei do PRONASOL avança no Senado Federal

O projeto de lei que cria o Programa Nacional de Incentivo ao uso de Aquecedores Solares de Água em Residências, o PRONASOL, está avançando em Brasília e está em discussão no Senado.

Imagem do Vídeo divulgado pelo Senador Marcos Pontes

Vale lembrar que o PRONASOL prevê a redução das emissões de poluentes e de gases de efeito estufa, a partir da ampliação do uso de aquecedores solares térmicos. A proposta é implantar a tecnologia no território nacional e estabelecer a criação de programas e ações de educação ambiental.

Recentemente o autor do projeto, o Senador Marcos Pontes, divulgou um vídeo no canal do Senado Federal no Youtube, explicando que, se aprovado, vai reduzir os valores das contas de luz e a sobrecarga no sistema elétrico entre as 17h e 20h, horário em que a energia é mais consumida.

“O projeto colabora também com relação ao meio ambiente, a utilização da energia solar e também incentiva as empresas do setor. Então, sem dúvida nenhuma, é um ganho muito bom para o consumidor, para as empresas, produção de empregos e na construção civil com a utilização desses sistemas”, declara o Senador.

Para visualizar o vídeo disponibilizado pelo senado, acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=srjIWmNgy1A

Tudo pronto para o lançamento oficial do Selo QUALISOLAR

Acontece no próximo dia 29 de agosto o lançamento oficial do Selo QUALISOLAR . Trata-se de uma Certificação voluntária que permitirá às empresas participantes garantirem ao consumidor final a qualidade e conformidade do equipamento adquirido.

Para o presidente Luiz Antonio de Souza Pinto, o lançamento é uma importante conquista do setor, pois é mais uma forma de buscar uma competição sadia entre os fabricantes. “Fizemos uma importante parceria com os laboratórios acreditados pelo Inmetro que serão responsáveis pela validação dos dados dos fabricantes, garantindo assim, a transparência do processo.”

A Certificação está alinhada à autorregulação defendida pelo Inmetro e surgiu das reclamações registradas no mercado sobre equipamentos que não atendem ao padrão estabelecido nos ensaios. “O QUALISOLAR será um divisor de águas no mercado, pois além de beneficiar os consumidores, permitirá uma competição mais justa entre os fabricantes de aquecedores solares.”

Vale ressaltar que o programa será exclusivo para associados que deverão fazer adesão. “Convidamos todos os fabricantes a participarem dessa iniciativa, que servirá inclusive, como programa piloto para o Inmetro que pretende repetir o modelo em outros setores”, finaliza o presidente.

Brasil ocupa melhor posição entre países com maior capacidade instalada de energia termossolar

O Brasil está na quarta posição entre os países com maior capacidade instalada de produção térmica solar. Os dados constam do relatório Solar Heat Worldwide, que desde 2005 é publicado pela Agência Internacional de Energia (IEA na sigla em inglês), principal documento sobre energia solar térmica no mundo.

Vinícola Golan, Israel Foto: Tigi Ltd., Israel

Segundo o documento, com 14.339 MWth, o Brasil está atrás apenas da China (381.538 MWth), Turquia e estados Unidos. Vale ressaltar, que o país está à frente de países como a Alemanha, Índia, México, Grécia e Itália. Apesar da boa notícia, muito ainda precisa ser feito, alerta o presidente da ABRASOL, Luiz Antonio Santos Pinto, pois o Brasil em termos de capacidade instalada por 1.000 habitantes ocupa apenas a 32ª posição.

No geral a edição 2023 do relatório demonstra um aumento líquido de 19 GWth, ou 27,1 milhões de m² de área coletora em 2022, na comparação com o ano anterior. Os resultados coletados em 71 países aponta que a capacidade térmica solar acumulada em operação no final de 2022 foi de 542 GWth, o que corresponde a 774 milhões de m² de área coletora.

Ainda assim o relatório demonstra uma redução de 9,3% em 2022 em relação a 2021, nas instalações de energia termossolar no mundo todo. Os principais fatores para tanto estão na queda dos mercados da China (-12,4%) e India (-21%). A produção anual de energia solar térmica, porém, foi a 442 TWh, o que corresponde a uma poupança de 47,48 milhões de toneladas equivalente de petróleo e a redução de 153,3 milhões de toneladas de CO₂ emitida para a atmosfera.

“O Brasil apresenta excelentes condições para a implantação da energia solar térmica como fonte alternativa de geração energética. Rico em sol, o país recebe uma radiação solar média entre 4,2 e 6,2 kWh/m² por dia. Apesar desse potencial e de um significativo parque industrial, alguns fatores ainda atrapalham a plena adoção da tecnologia já tão utilizada em outros países com menos insolação do que o nosso: legislação desfavorável para investimentos em eficiência energética; ausência ou não adequação de linhas de financiamento; falta de incentivo das autoridades; e desconhecimento em relação à tecnologia”, destaca o presidente da ABRASOL.

Do ponto de vista ambiental, o rendimento global de energia solar térmica de todos os sistemas solares térmicos em 2022, corresponde a uma economia de 47,48 milhões de toneladas de óleo e 153,3 milhões de toneladas de CO2, o que demonstra a importante contribuição desta tecnologia na redução global de gases de efeito estufa.

O relatório também aponta as perspectivas para o mercado em 2023. Com base nos dados disponíveis até o momento, a demanda por sistemas solares térmicos de grande escala deverão aumentar significativamente este ano, principalmente no setor de aquecimento urbano.

Mulheres ganham espaço no mercado de aquecedores solares

A busca pela igualdade feminina vem em uma crescente não apenas no campo político e social, como, principalmente no mercado de trabalho. Recentemente o presidente Lula sancionou o PL que garante a igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem o mesmo cargo.

No entanto, ainda existem mercados em que a presença feminina é muito restrita. É aí que, mais uma vez, a indústria de aquecedores solares térmicos se destaca. Além de todo o aspecto ambiental do setor, que utiliza uma fonte totalmente renovável de energia, a presença feminina é uma constante junto às empresas.

De acordo com um estudo desenvolvido pelo ABRASOL, a cadeia produtiva de aquecedores solares gera mais de 50 mil empregos diretos e indiretos, sendo que deste total, 20% dos postos de trabalho são ocupados por mulheres.

O número pode parecer pequeno, no entanto, segundo estudo elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e divulgado em março de 2023, mulheres ainda são a minoria absoluta nos postos de trabalho industriais e possuem menor salário médio.

“De acordo com dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) as mulheres com carteira assinada somam 736.473 de um total de 3.056.837 trabalhadores na indústria de São Paulo. No levantamento da Fiesp, este número indica que apenas 24% da mão de obra formal total é composta por mulheres.”

A Fiesp mantém trabalhos específicos voltados para o público feminino. Em 2021 foi criado o Conselho Superior Feminino (CONFEM), que atua na disseminação de conhecimento para o setor, realizando Seminários, Debates e Palestras. A presidente do Conselho, Marta Lívia Syplicy, explica ainda que a Federação mantém o Programa ELAS NA INDÚSTRIA, lançado no ano passado, que prepara mulheres, por meio de capacitação e mentoria, para atuar em cargos de liderança, negócios próprios e na operação das indústrias.

Os Núcleos femininos do Conselho vinculados ao CIESP atuam em cidades do interior do estado com o objetivo de incluir mais mulheres na operação dos seus setores produtivos. “O PROGRAMA ELAS NA INDÚSTRIA até este momento já impactou mais de 400 mulheres com mentoria individual”, comenta.

Para Marta, os vieses inconscientes em relação a gênero são a primeira grande barreira que dificulta o avanço das mulheres no mercado de trabalho, em seguida vem a remuneração 17% menor em relação a homens, o baixo acesso a posições de liderança, a sobrecarga por jornadas duplas ou triplas já que as mulheres são as que mais assumem os trabalhos de cuidado com casa, idosos e filhos. Além da falta de estrutura e condições como flexibilidade para mulheres permanecerem no mercado.

Para o presidente da ABRASOL, Luiz Antonio dos Santos Pinto, ainda há muito para melhorar, mas fica claro o potencial do mercado. “Estamos construindo nossa atividade baseados em pilares sustentáveis, incentivando a utilização de energia solar, gerando empregos  e ainda contribuindo para  reduzir a desigualdade de gênero.”

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