Boletim I Novembro I nº33/2022

As mudanças climáticas deixaram de fazer parte apenas das conversas de especialistas e ganharam o dia a dia das empresas e da população em geral. Afinal, todos sofrem os efeitos das fortes secas ou das inundações.

Durante 12 dias no mês de novembro, o mundo voltou olhares para a realização da COP 27, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022, mais conhecida como Conferências das Partes da UNFCCC, ou COP 27, realizada em Sharm El Sheikh, no Egito.

Na pauta, debates sobre adaptação climática, mitigação dos gases do efeito estufa, o impacto climático na questão financeira e a colaboração para conter o aquecimento global. Enquanto especialistas de todo o mundo debatem e buscam soluções, cada país busca dentro das suas peculiaridades, alternativas viáveis para fomentar esse objetivo.

É o caso do aquecimento solar. O Brasil possui enorme potencial solar, que precisa ser aproveitado. O desenvolvimento de políticas públicas que estimulem o uso da energia solar térmica é um dos pilares do trabalho desenvolvido pela ABRASOL junto ao setor.

A utilização do aquecedor solar térmico já demonstrou o quanto pode ser útil dentro do mix de energias renováveis disponíveis, pois permite reduzir de 30% a 40% o preço da conta de energia elétrica, em uma residência, pelo simples fato de retirar o impacto do uso chuveiro elétrico, maior consumidor de energia elétrica em residências

“O grande fator de diferenciação do aquecedor solar é que ele não corre riscos de taxação por trabalhar de forma completamente desconectada da rede de energia elétrica”, comenta o presidente da ABRASOL, Luiz Antonio dos Santos Pinto.

Para ele, o uso do aquecedor solar é uma relação ganha-ganha, uma vez que se trata de um investimento que se paga em dois ou três anos, é um setor formado por empresas com tecnologia nacional, o que fortalece a cadeia de empregos no país, além de ser uma energia sustentável que contribui significativamente para as metas definidas na COP. 

O Projeto QUALISOLAR avançou mais um pouco e dessa vez de forma bem efetiva. A ABRASOL acaba de firmar parceria com os três laboratórios acreditados pelo INMETRO que farão a validação dos dados fornecidos pelos fabricantes.

Como isso vai funcionar? As empresas participantes do projeto deverão colocar no site parte da planilha de especificação dos produtos, determinadas no manual do programa QUALISOLAR. Todas as informações serão validadas pelos laboratórios parceiros, de forma a garantir a confiabilidade das informações.

O site com as especificações deverá entrar no ar no início de 2023. “Começaremos o ano com o lançamento oficial do QUALISOLAR, o que consideramos um passo importante para garantir a conformidade dos equipamentos disponibilizados no mercado. Dessa forma garantimos a competitividade entre os fabricantes e oferecemos e a garantia para os consumidores finais que estão adquirindo os produtos conforme etiquetados pelo INMETRO”, comenta o presidente da ABRASOL, Luiz Antonio dos Santos Pinto.

Vale lembrar que o Selo QUALISOLAR é uma certificação voluntária que permitirá um diferencial de mercado às empresas participantes do programa e está alinhado ao novo modelo regulatório do INMTERO promovendo a autorregulação do mercado.

O ano de 2022 chega ao fim com um balanço bastante positivo para a ABRASOL. Apesar das dificuldades em função do momento econômico e político, a Associação registrou inúmeras conquistas, ampliando seu reconhecimento junto aos governos Federal, estaduais e municipais, e consolidando a relação com órgãos como o Inmetro, Ipem, dentre outros.

Um dos pontos que mereceram destaque esse ano foi a inclusão da energia solar térmica no Balanço Energético Nacional. “Fazer parte do Balanço Energético abriu portas e fortaleceu nosso trabalho na busca de políticas públicas de incentivo ao uso da energia solar térmica, além de uma capítulo específico no Plano Decenal de Energia, duas das mais importantes publicações brasileiras, desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Energética”, comenta o presidente Luiz Antonio de Souza Pinto.

A energia solar térmica também ganhou espaço junto a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que criou a Comissão de Estudos Especiais ABNT/CEE-257, específica para tratar do tema e com secretaria feita pela ABRASOL.

Vale ainda destacar o lançamento do curso de Sistemas de Aquecimento Solar de Água para Processos Industriais, em parceria com o Ministério de Meio Ambiente da Alemanha e a RENAC (Renewable Academy of Germany), que registrou 590 inscritos e 76 certificados, número que superou muito a meta estabelecida pelo governo alemão. “Esse projeto propiciou o estreitamento do contato e a possibilidade de novas parcerias internacionais”.

Para ele, cada passo é uma conquista importante, como as parcerias nacionais e internacionais, que permitiram o desenvolvimento de projetos de eficiência energética e de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (PD&I), com verbas nacionais e internacionais, esse será um ponto focal de atenção para 2023.

O Inmetro, um parceiro antigo da Associação, abriu espaço para a discussão do Programa Brasileiro de Etiquetagem para um mercado mais sustentável, e declarou o alinhamento do programa QUALISOLAR às novas diretrizes do INMETRO. “Isso mostra como as boas práticas ajudam o setor a se aproximar do órgão regulador”, ressalta o presidente.

E encerrando o ano estamos trabalhando no Pronasol (Programa Nacional de Aquecedores Solares), que tem como objetivo incentivar ações de longo prazo para o setor. A minuta do PL está pronta e o texto do Projeto de Lei, já seguiu para que o senador avalie e dê prosseguimento aos trâmites dentro do congresso.

Concluindo os trabalhos a ABRASOL está preparando um parecer sobre a Lei Solar de São Paulo, tentando encontrar uma definição para a obrigatoriedade do uso de fontes renováveis de energia para aquecimento de água em novas edificações construídas na capital, além da importância da replicabilidade de leis nos mesmos moldes para outras cidades brasileiras.

Chegamos ao último mês do ano. É hora de começar a planejar 2023. Nossa entidade vem se consolidando e mostrando sua força graças a união de vários elos da cadeia produtiva. Temos trabalhado forte pelo associativismo, pelo desenvolvimento de novas tecnologias, pela adoção de boas práticas.

O conjunto de todas essas ações será fundamental para fortalecer a imagem da entidade e do segmento como um todo. O aquecimento solar térmico conquistou espaço. Estamos nas páginas dos jornais, tivemos papel de destaque durante a crise hídrica, enfim, mostramos que somos uma alternativa viável para o uso de energias renováveis.

Temos um enorme potencial para crescimento em residências, na parte industrial, no comércio, enfim, o aquecimento solar de água é uma realidade no Brasil e tende a assumir seu protagonismo em muito pouco tempo.

Para que possamos manter esse ritmo é importante que os fabricantes lembrem que um mercado sadio é positivo para todos. Da mesma forma, os instaladores precisam se capacitar. É a qualidade que abrirá portas para toda a cadeia.

Estamos prontos e confiantes que 2023 será um ano promissor para toda a economia. Quem estiver com a casa em ordem alcançará o sucesso. Gestão é algo que merece atenção e planejamento. Muitas vezes é nos detalhes que estão as oportunidades.

A ABRASOL continuará lutando para um mercado cada vez maior, com engajamento de seus associados, isso nos tornará cada dia mais fortes.

Luiz Antonio dos Santos Pinto
Presidente