Boletim 31 | Set/2022
Boletim 31 | Set/2022
O Brasil comemorou 200 Anos da Independência em setembro. A data me levou a refletir sobre o quanto ainda precisamos fazer para garantir a geração de uma energia sustentável, tema plenamente possível em um país com a exuberância do nosso. Não se trata de discurso, mas de aproveitar um potencial que a natureza nos reserva desde sempre.
200 Anos depois, ainda temos que fazer um trabalho de formiguinha para mostrar os benefícios da utilização de uma fonte limpa e renovável. Temos que discutir leis, sempre benvindas, mas nem sempre claras, que defendem o uso da energia solar.
Temos que continuar mostrando exemplos do uso inteligente do aquecimento solar de água como forma de reduzir gastos em indústrias, residências e tantas outras edificações.
Não é um trabalho fácil, mas é para isso que a ABRASOL nasceu e seus membros trabalham arduamente. Temos conseguidos muitos frutos, como o Qualisolar, que estamos desenvolvendo e disponibilizando para nossos associados.
Minha reflexão é puramente para mostrar que a solução está em nossas mãos e que é com dedicação e trabalho que vamos deixar um futuro melhor para os próximos 200 anos deste enorme e lindo país chamado Brasil.
Uma boa leitura para todos!
Luiz Antonio dos Santos Pinto
Presidente
As recentes comemorações do Bicentenário da Independência nos levaram a uma reflexão: quando escreveu a letra do Hino Nacional, oficializada como símbolo institucional do Brasil em 6 de setembro de 1922, o poeta e diplomata Joaquim Osório Duque Estrada jamais poderia imaginar que a primeira estrofe teria tanta atualidade sob o ponto de vista energético e de sustentabilidade econômica, social e ambiental. Refiro-me aos versos “e o Sol da liberdade, em raios fúlgidos, brilhou no céu da pátria nesse instante”.
Não podemos desvincular o conceito de liberdade de nosso país dos propósitos de desenvolvimento com justiça social, respeito ao meio ambiente e direitos individuais e coletivos de nosso povo. Nesse sentido, a capacidade de atender à demanda energética é fundamental, pois se trata de um insumo decisivo para os distintos setores de atividade e a vida de todos os brasileiros.
Porém, o esgotamento das fontes hidrelétricas, considerando não haver mais rios com potencial para a geração, e a necessidade de fontes cada vez mais renováveis e não poluentes representam um desafio prioritário para o país. Para as empresas, em especial a indústria, e as famílias, essa questão também tem representado ônus, com aumento significativo das tarifas de eletricidade, agravado pela recente crise hidroenergética.
Nesse contexto, uma das soluções encontra-se nos aquecedores solares, cujo parque hoje já instalado no País significa volume de energia equivalente à produzida pela Usina Hidrelétrica de Itaipu, uma das maiores do mundo. Assim, a expansão do uso desses sistemas, na indústria e lares, representaria um grande avanço em termos de autossuficiência energética. Eis aí a primeira analogia com o “Sol da liberdade”.
Outra congruência com o verso é que os aquecedores solares empoderam pessoas físicas e jurídicas, a despeito de quaisquer medidas adotadas pelo poder público, no sentido de reduzir de modo perene os gastos mensais com energia elétrica. Trata-se de uma tecnologia que confere independência e autonomia aos cidadãos para, com decisão própria, reduzirem sua conta de luz.
O sistema absorve os raios do Sol para aquecer grande volume de água, mantido em um ou mais reservatórios térmicos por vários dias, que funciona como uma espécie de bateria de armazenamento. Os equipamentos têm durabilidade de mais de 30 anos e geralmente só exigem uma limpeza simples anualmente. Residências, comércios e empresas podem reduzir em até 40% ou mais do gasto mensal com eletricidade, organizar seu orçamento e evitar os altos valores das tarifas de eletricidade.
Trata-se de tecnologia que gera empregos, renda e investimentos, e contribui muito para a solução dos desafios energéticos do Brasil. Num país como o nosso, abençoado pela luz solar praticamente o ano inteiro, em todo o seu território, o sistema é alternativa concreta, segura e viável. Atende a uma grande parcela da demanda energética, a partir de uma fonte perene e absolutamente limpa e sustentável. É fundamental a conscientização das pessoas sobre a questão e o empenho do poder público no sentido de incluir os aquecedores na matriz energética nacional e nos projetos habitacionais.
Assim, nesses 200 anos de nossa Independência, poderemos vislumbrar melhor as potencialidades expressas em outra parte do hino: “Fulguras, oh Brasil, florão da América, iluminado ao Sol do Novo Mundo”. Que o Astro Rei possa guiar o progresso da Pátria e ser protagonista de nosso desenvolvimento!
O projeto também reduz as emissões de gases de efeito estufa da empresa em 280 toneladas
A PepsiCo, uma das maiores empresas de alimentos e bebidas do mundo, implementou um projeto inovador em sua lanchonete em Sete Lagoas (MG): um sistema solar térmico que capta a luz solar e a converte em aquecimento da água de processo. Graças a essa tecnologia, foi possível reduzir o consumo de gás natural da usina em 140.000 m³ - o que também reduziu as emissões de gases de efeito estufa em quase 280 toneladas. Esse número corresponde a quase 18.000 árvores recém-plantadas.
O sistema solar térmico consiste em painéis solares planos de alto vácuo que funcionam automaticamente sem a necessidade de monitoramento e limpeza. Os resultados preliminares mostram que a usina gerou cerca de 3,9 kWh/m²/dia de energia térmica durante os meses de verão, fornecendo água quente de 60-75°C mesmo no clima seco de Sete Lagoas. A água aquecida pelo sistema é utilizada em diversos processos da planta. “Para dar um exemplo, usamos a água aquecida pelo sistema solar térmico para cozinhar o milho em nossos lanches. A diferença é que a água já é aquecida para o processo, então precisamos de menos tempo de aquecimento para atingir a temperatura que utilizamos nesta fase de produção”, explica Bruno Guerreiro, Gerente de Sustentabilidade da PepsiCo Brasil.
O novo sistema solar térmico está um passo mais próximo da meta global da PepsiCo de reduzir as emissões de carbono em 40% até 2030 (a partir de 2015) e atingir zero líquido até 2040. “O aproveitamento da energia térmica do sistema solar é uma importante inovação no país. Com esta iniciativa, tornamo-nos mais sustentáveis – uma premissa que está no centro da nossa abordagem na empresa para evoluir continuamente para uma cadeia de valor positiva”, afirma Guerreiro. Segundo ele, a solução é escalável e deve ser utilizada em outras instalações da PepsiCo Brasil com painéis solares ainda maiores nos próximos anos.
Em 2021, a PepsiCo anunciou o lançamento de sua plataforma PepsiCo Positive (pep+), que coloca a sustentabilidade no centro de sua busca por crescimento e valor, operando dentro dos limites do planeta e inspirando mudanças positivas para o meio ambiente e as pessoas. Como resultado, a sustentabilidade está começando a afetar a forma como a PepsiCo faz negócios: desde a aquisição de ingredientes até a fabricação e a distribuição de seus produtos de forma mais sustentável para inspirar as pessoas a fazerem melhores escolhas para si mesmas e para o planeta. “O sistema solar térmico é mais um passo no nosso caminho para a sustentabilidade. Estamos continuamente evoluindo os processos e impulsionando a inovação em várias frentes para fazer nossa parte para mitigar as mudanças climáticas, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa em toda a cadeia de valor”, disse Alex Carretero, CEO da PepsiCo Brasil Alimentos.
Informações acesse -https://twitter.com/AthinaKanioura/status/1521882802614063105?s=20&t=a6-ADT5HJUNpwpcb23lnKQ
https://www.businesswire.com/news/home/20220127005031/de/
Um dos focos do trabalho da ABRASOL é acompanhar as legislações que disciplinam a utilização de fontes renováveis de energia, como é o caso da “lei solar” de São Paulo, publicada em 2017.A legislação prevê a obrigatoriedade do uso de fontes renováveis de energia para aquecimento de água em novas edificações construídas na capital.
Embora a legislação exista desde 2017, ainda é possível encontrar profissionais e construtoras que discordem sobre essa obrigatoriedade e, principalmente sobre qual o tipo de fonte que deve ser utilizada.
Buscando pacificar esse entendimento, a ABRASOL contratou um escritório de advocacia para elaborar um laudo técnico sobre o tema. “A lei diz que no caso de inviabilidade técnica poderá ser utilizada outra tecnologia para o aquecimento de água. No entanto, todos sabem que o sistema mais eficiente é o aquecedor solar térmico”, ressalta o presidente Luiz Antonio dos Santos Pinto.
O presidente reforça que não se trata de defender o uso de uma única fonte de aquecimento solar, mas utilizar a mais eficiente. O que não impede que outras fontes sejam utilizadas para geração de energia elétrica, por exemplo.
O escritório contratado tem conversado com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e analisado todos os detalhes da lei, de forma a emitir um parecer definitivo para a questão. “Em breve teremos novidades sobre o assunto. Seguimos atentos a esta e todas as outras legislações espalhadas pelo país”, ressalta o presidente.
A Abrasol divulgou no informativo do mês de julho a criação da Qualisolar, um selo de certificação que, embora voluntário, foi bem recebido entre os fabricantes e o Inmetro, que estimula ações como essa através do novo modelo regulatório.
Desde então, passos foram dados para que essa certificação seja conhecida pelos consumidores finais. Em primeiro lugar, o manual da Qualisolar está pronto, o que viabiliza o acesso a informações importantes aos comerciantes e consumidores do setor.
Além disso, o desenvolvimento do site está encaminhado com o objetivo de fornecer todas as informações fundamentais para assegurar a credibilidade do selo Qualisolar.
Uma reunião com organismos de certificação de produtos (OCP’s) foi realizada para fornecer informações com anuência da empresa que aderir ao programa, para o fornecimento das principais informações da Planilha de Especificação Técnica (PET).
Vale ressaltar que o programa será exclusivo para associados que deverão fazer adesão. “Convidamos todos os fabricantes a participarem dessa iniciativa. O mercado é aberto para todos e o interesse da Abrasol é de que o setor cresça cada vez mais, de maneira mais adequada e competitiva, e atenda o consumidor final com qualidade e eficiência”, afirma o presidente Luiz Antonio dos Santos Pinto.
Aos associados interessados, favor entrar em contato pelo e-mail qualisolar@abrasol.com.br
Avaliar corretamente os custos é fundamental para você saber quais ações tomar para reduzi-los. A dica é do vice-presidente de Operações Financeiras da ABRASOL, Jean Roberto de Faria. Ele lembra que custo é a base, o alicerce de toda e qualquer cadeia produtiva. “É tudo aquilo que está relacionado à produção de um determinado produto, no nosso caso, sistemas de aquecimento solar”
Ele lembra que todo esse zelo e cuidado por parte dos fabricantes, têm como principal objetivo aliviar o custo de produção na cadeia produtiva e permitir assim que a revenda e o consumidor final tenham mais acesso aos produtos. “O custo de produção é calculado a partir da soma do custo da matéria-prima, no qual são incluídos os valores do frete, impostos, mão-de-obra direta ou indireta de fabricação.”
Para ter uma gestão ideal, explica Faria, é importante elaborar um inventário de produção com objetivo de obter indicadores. “Isso possibilita entender se os custos estão dentro do esperado, tanto na indústria, quanto no varejo. É preciso avaliar qualquer gasto ou saída de caixa que uma empresa tem e que esteja diretamente relacionada à produção desses equipamentos.”
Segundo o VP da ABRASOL, sabendo identificar os custos dos produtos fabricados, o gestor passa a ter indicadores para a tomada de decisões, que serão muito mais assertivas. “Isso nos dá condição de criar uma cadeia mais enxuta e mais eficiente, além de ser a base para definir a margem de lucro de um produto, te auxilia e orienta no momento da precificação deste equipamento.”
Desta forma, reforça Faria, o gestor consegue cobrir seus gastos e garantir o desenvolvimento do negócio, sempre com Indicadores de Desempenho e Princípios básicos da qualidade:
- Só pode ser melhorado o que é medido
- Quem não mede não controla,
- Quem não controla não sabe,
- Quem não sabe não dirige,
“Gerenciamento sem indicadores é apenas suposição!”
VP Operações Financeiras
Jean Roberto de Faria.